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sábado, 22 de julho de 2017

Mudar o Rumo ≠ Desistir

Nas minhas andanças por aí, tenho visto muita gente robotizada, fazendo algo que desde sempre fizeram profissionalmente e, sem perspectivas de mudanças ou mesmo forças para isso. Se vêem desestimuladas, infelizes, como quem não têm mais opções. 

Também tenho visto pessoas em situação semelhante, quase inertes, mas por estarem perseguindo, buscando um objetivo traçado há muito tempo; insistem, insistem, sem muito sucesso. Os relatos retratam os empecilhos encontrados para prosseguir, que vão da falta da oportunidade ideal a pessoas mal intencionadas, inescrupulosas, impiedosas de fato. Não cogitam possibilidade de mudar o rumo, porque sentem que estariam na verdade, desistindo, fracassando na busca desse objetivo... será mesmo desistência, fracasso? Penso que o auto-conhecimento que o tempo e a maturidade trazem seria a melhor e mais inteligente resposta para se dar ao questionamento das motivações para a mudança de rumo, para a transição de carreira.

Tudo fica menos complicado e mais nítido quando nos damos a chance de observar que talvez não tenhamos nascido para aquela função ou profissão, por mais que a amemos. Não é tão simples tomar esta decisão, uma vez que tudo o que se planejou para uma vida inteira está em jogo, e a possibilidade de ver todos os planos e sonhos irem para a gaveta, não terminados, realmente assusta.

Entretanto, de acordo com a situação, esta é uma decisão necessária, e que refletirá beneficamente em todos os aspectos da vida; talvez somente na questão financeira deixe a desejar, mas isto é somente um talvez, pois quando se faz o que se nasceu para fazer, pode-se alcançar retorno financeiro suficiente ou além, mas nada que se compare à satisfação que o alcance de uma vida profissional plena possa mensurar.

Enquanto se insiste naquilo para o qual não se nasceu, muitos são taxados de incapazes, burros, lentos, entre outros pejorativos amados daqueles que não levam em consideração a trajetória e os sonhos do seu colega de trabalho, do seu próximo. E talvez seja esta sua realidade. É difícil aceitar que um ser humano consiga ter prazer em menosprezar o outro. A ignorância não está apenas nas lacunas do conhecimento, mas está especialmente na incapacidade do trato respeitoso, ponderado para com outro ser humano.

Brilhantemente, Howard Gardner, com sua teoria das Múltiplas Inteligências, libertou profissionais induzidos a pensar que eram totalmente incapazes. Quando ele traz à tona os tipos variados de inteligências, está dizendo também que, o profissional pode não ser tão bom como seu colega na função que está desenvolvendo, mas seu colega poderá não ser tão bom quanto este em outra função que vier a desenvolver. Então? Aquele que se vê tão bom a ponto de taxar seu colega de burro, é burro naquilo em que seu colega é muito bom?

Penso ser suficiente para concluirmos que mais ignorante é aquele que não considera o ser humano como um todo, e pensa serem inteligentes apenas aqueles que competem com ele no mesmo nível. Já imaginou que, por causa de atitudes deste tipo, alguém pode ser levado a tomar decisões equivocadas?  Porém, parece ser mais cômodo agir assim do que admitir que somos influenciados pelo meio em que vivemos, até mesmo quem tem o papel de influenciar, leva para dentro de si algo do meio onde está inserido, mesmo que em nível não consciente da psique humana.

"Se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, ele vai gastar toda a sua vida acreditando ser um estúpido." Já ouviu ou leu esta frase? Não posso afirmar que a atribuição a Albert Einstein seja correta, mas ela retrata bem o que acontece com muitas pessoas.

Se perceber que você não se 'encaixa totalmente' no propósito profissional a que se propõe e sofre de alguma forma com isso, não se torture mais. Busque trabalhar naquilo que você sabe fazer muito bem. Caso ainda não tenha identificado qual é esta área, qual o seu forte, procure ajuda, converse com seus amigos, com profissionais em quem confie; eles podem ajudar. Planeje tudo muito bem, criteriosamente. Esta transição de carreira pode levar tempo porque o mercado de trabalho nem sempre está ao nosso bel-prazer, mas este investimento certamente valerá a pena.

Importa buscar ser plenamente feliz.
Sucesso por mérito a todos!