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segunda-feira, 21 de março de 2016

Ser Você, Ser Gente.. Topa o Desafio?

A caminhada profissional é muito interessante, e neste percurso vivenciamos diversas situações que nos moldam em pontos de vista, maneira de pensar, comportamentos e atitudes. Uma das melhores conquistas é descobrir que não precisamos agradar sempre. Há os que entendem logo essa questão, há os que demoram mais, e ainda, os que nunca entenderão. Contudo, é possível afirmar que esse ainda é um dos principais problemas enfrentados pela maioria dos que estão inseridos no mercado de trabalho. Certamente, a maioria já ouviu a expressão "engolir sapos", se já não o fez. O desafio consiste em encontrar o equilíbrio entre abaixar a cabeça e por abaixo sua dignidade. Sei que não é fácil encontrar um bom emprego e, na atual conjuntura, não está fácil manter-se nele.

Encontramos um universo de personalidades no ambiente de trabalho. É muito complicado lidar com tanta gente diferente em tantos aspectos, mas precisamos faze-lo e da melhor forma possível, tentando não perder a sobriedade, a sensatez, a educação, a gentileza, a humanidade. Entretanto, um dos erros mais recorrentes é ignorar quem chega, talvez por medo que o recém tome o espaço de alguém que você gosta muito - ou o seu mesmo. Definitivamente, isso não é legal. Outra atitude ruim é aceitar a opinião de alguém que você considera muito e agir com o recém de acordo com a presunção do outro. Por que não tirar suas próprias conclusões, conhecendo e se permitindo conhecer? Pode ser inclusive que você e o recém-chegado elaborem algo extraordinário juntos que impulsione a carreira. Por que não andar com suas próprias pernas? Se ao longo do percurso perceber que com aquela pessoa você deve ter um comportamento estritamente profissional, assim faça, contando que seja por posicionamento próprio. Não há problema algum em ouvir opiniões, mas acredite, você também é capaz de fazer esse tipo de análise! 
Vejamos alguns exemplos que podem ocorrer:
Você já tem bastante tempo de Empresa e está muito cômodo com sua equipe, que ainda é a mesma e formada por pessoas com as quais você mantém contato fora do ambiente profissional antes dali. Chegou um novo colaborador. Ele parece ser tímido, fala pouco, mas é educado, sorri gentil e discretamente, responde quando questionado, interage quando percebe a necessidade, explica o solicitado. Entrega o trabalho sempre antes do programado e com excelência. Chamado perfil técnico. Foi convidado a fazer parte do grupo no whatsapp, mas não é de ficar brincando e mandando mensagens no horário de trabalho. Não é da mesma religião que a maioria. Tem conceitos e valores que, em alguns pontos, divergem dos que o grupo/equipe arvora. Não gosta de ficar na roda no horário de almoço falando mal da empresa. Tem outros planos e mostra que deseja se desenvolver. Por causa destes posicionamentos, foi excluído do grupo da equipe e chamado de 'bajulador', antissocial e coisas do tipo. Pensemos numa exclusão sarcástica: outro grupo foi criado onde rolam as conversas, até que o excluído saísse por decisão própria do grupo que foi abandonado.
Outro caso. Outro novo colaborador. Entrou na equipe com classificação iniciante, mas já quer mandar em tudo e em todos. O tempo passa e o não mais recém age como Mr. Google, com resposta pra tudo, e como quem (pensa que) está sempre com razão. Sorri e elogia exageradamente seus superiores quando está diante deles. Quando estes não estão presentes, expressa veementemente sua oposição em relação às ações e atitudes da chefia, põe em xeque suas competências, diz que o conhecimento destes não é equiparado aos cargos que ocupam e destrata seus colegas, tentando impor sua superioridade imaginária. Depois de mais algum tempo, espalha para os quatro ventos que organizou todo o ambiente e enfatiza quão penoso foi o trabalho, pelo alto nível de desorganização que encontrou quando chegou. Se alguém se opõe, vira assunto de suas falácias. Interessante é que, a este perfil, a maioria se submete por medo do 'barraco' e da influência que exerce sobre os que não têm opinião própria, mas que formam a massa. É bem sabido que a maior parte da população é facilmente influenciada, certo? É intrigante ver que, perfil como deste novo colaborador exemplo faz amizade (?) muito fácil e como é muito 'alto astral', está sempre nas rodas e festividades como principal atração.
Que o ser humano tem necessidade de aceitação no ambiente onde está inserido, não é novidade pra ninguém, e isto independe do comportamento, visto que uns impõem, enquanto outros conquistam seu lugar. Não é interessante agir como quem não sabe disso, uma vez que essa necessidade é real. Como infelizmente são poucos os que prestam atenção nestas questões, as exclusões acabam acontecendo com muita frequência, de forma grosseira e egoísta, qualquer que seja o contexto. Os dois personagens fictícios citados têm direito de lutar pelo seu espaço e utilizam as ferramentas que possuem. Sabemos, entretanto, que será preciso lidar com cada um de forma diferenciada, com limites diferenciados indicados para cada caso, cada personalidade. Isso exige humanidade e sutileza, de forma que nenhum dos envolvidos se sinta menosprezado ou seja prejudicado. Não é uma tarefa fácil, mas quando agimos como gente, podemos encontrar esse equilíbrio. É provável que em alguns casos não vamos conseguir evitar os atritos, mas nossas ações serão primeiramente humanas, e então, de profissionais excelentes.
Se você se posicionou respeitosamente em alguma situação semelhante ao que foi citado ou em qualquer outra, e perdeu seu posto de trabalho por isso, paciência. Saiba que a gente não perde nada por dizer a verdade na hora certa e ter opinião própria, mas saiba também que não é fraqueza abrir mão da sua opinião se os argumentos apresentados, contrários ou diferentes, tiverem fundamentos. Por outro lado, uma carreira construída sobre mentiras e degraus formados por gente destruída por atitudes indevidas, egoístas ou impensadas, nunca será plena, porque nós somos gente, mesmo que no mais profundo ser.
É preciso tratar colegas e colaboradores como gostaríamos de ser tratados. Nós, a qualquer momento, podemos ser convidados pela vida a recomeçar, e será muito bom ter gente lá pra nos ajudar. 
Sucesso por mérito a todos!